"Desmatamento na Amazônia volta a crescer: país perdeu 46,5 mil há de floresta em
maio de 2013 – mais de 400% em comparação com o mesmo período do ano passado.
“Aqui se faz, aqui se paga.” A parceria com a bancada ruralista começa a
passar uma amarga fatura para o governo Dilma: o desmatamento da floresta
amazônica, que demorou tanto para começar a ser controlado, mostra sinais tão
evidentes de subida que nem o governo consegue mais esconder.
Em coletiva de imprensa na manhã de hoje, o Ibama anunciou uma tendência de
aumento de desmatamento que não se via mais no Brasil. Segundo dados do Deter,
em maio de 2013 a Amazônia perdeu 46,5 mil hectares de floresta – quase a área
da cidade de Porto Alegre. Isso representa um aumento de mais de 400% em
comparação com o mesmo período de 2012.
Isso tudo com uma cobertura de nuvens de 42% sobre a Amazônia Legal, o que
prejudica a detecção de focos de desmatamento pelos satélites. E mais: o Deter
só identifica corte raso em áreas médias e grandes - as pequenas e fragmentadas,
que se tornaram frequentes para justamente sumirem aos olhos do satélite, não
entram nessa conta.
Luciano Evaristo, diretor de proteção ambiental do Ibama, disse recentemente
estar confiante em zerar a tendência de desmatamento ainda neste ano. Mas as
informações divulgadas hoje mostram que o país segue o caminho contrário.
“Os números são preocupantes, mas lamentavelmente previsíveis”, diz Kenzo
Jucá, da campanha Amazônia do Greenpeace. “O governo Dilma tem sido conivente
com o desmatamento. Cedeu aos ruralistas e, em nome de um modelo atrasado e
predador de desenvolvimento, avança sobre unidades de conservação e territórios
indígenas. Agora chegou a fatura.”
É de notar que, na coletiva de hoje, apenas o Ibama estava presente, enquanto
nas anteriores, quando havia queda ou leve aumento, um circo com ministros de
Estado era montado - hoje nem Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente, deu
as caras. Era o momento para o governo mostrar que tem, em suas prioridades,
atacar o problema e acabar com essa chaga ambiental.
Mas, pelo visto, em vez de zerar o desmatamento na Amazônia, e mostrar para o
mundo pelo menos um feito positivo de seu governo, Dilma prefere entregar o
futuro da floresta e dos brasileiros para quem tem motosserra no lugar de mãos.
No acumulado de agosto de 2012 a maio de 2013, o país perdeu 233,8 mil
hectaresde floresta – um aumento de 35% em comparação com o mesmo período do ano
anterior."
Fonte: greenpeace.org
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